sábado, 26 de setembro de 2009


ARTE...

Arte é um fazer
Em que se utiliza uma gama
muito variada de materiais,
Como a pedra, o corpo, a
voz,
Na criação de obras
relativamente duradouras, como
as catedrais, ou breves, como os
movimentos de uma dança,
Dando forma à multiplicidade
de experiências e valores
humanos,
Ampliando nossa consciência
De nós mesmos, do outro e do
mundo.
(Camargo,Luís, p.11 ,1989)
Outra dia, o jornal Folha de São Paulo mostrou que as vendedoras de cosméticos conseguiram algo inimaginável: vender milhares de livros de porta em porta (isto numa época onde a internet se apresenta como a dona da História). Este fato desvela um outro: nos tempos atuais, a vida cultural no mundo ocidental tem sido transformada radicalmente pelas vozes da margem. O interior de uma cultura da marginalidade (ou como diria Regina Casé, a cultura da periferia) nunca foi um espaço tão produtivo quanto é agora, e isso não é simplesmente uma abertura, dentro dos espaços dominantes, à ocupação dos de fora: pelo contrário, certamente, é o resultado de políticas culturais da diferença, de lutas em torno da diferença, da produção de novas identidades e do aparecimento de novos sujeitos no cenário político e cultural”.


Eu sei que uma prática pedagógica coerente com os dias de hoje deve ser pensada como uma relação ou uma ação dialogada num espaço dinâmico-dialético. A escola deve se tornar uma oficina-escola, onde os alunos irão (junto com o professor) produzir um conhecimento do mundo, sobre o mundo e para o mundo. Esse novo espaço dará origem a um novo palco para os atores sociais agirem. Eles poderão aprender de formas múltiplas, valorizando as suas vivências concretas e as experiências prévias para construir novos caminhos e saberes.

Conhecer mundo e conhecer a si próprio é um ponto de partida imprescindível para um trabalho de educação que realmente mobilize uma assimilação e uma apreensão de informações na área artística. Pois, certamente, é possível perceber que toda atividade humana se desenrola no espaço social, através da interação entre as pessoas e destas com a natureza e os objetos culturais, tendo, portanto, sempre um caráter social. E a aprendizagem é de fato uma atividade social, que se realiza a partir de modelos disponíveis no plano social e com as quais os indivíduos interagem. Não obstante, é processado, em seguida, através das relações intersubjetivas (funções interpsíquicas – relações entre as pessoas) e se efetiva no plano intrasubjetivo (funções intrapsíquicas ). Ou seja, primeiro há uma apropriação daquilo que está disponível na realidade, para num segundo momento, ser internalizado pelo sujeito que aprende, o que possibilita a transformação do pensar inicial.