APRENDER, (DES)APRENDER, (RE)APRENDER - BLOG DO PROFESSOR RONALDO CAMPOS
Esse blog tem por objetivo discutir assuntos relacionados com os campos da filosofia e educação.
domingo, 17 de outubro de 2021
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
sexta-feira, 5 de abril de 2019
A influência do PIBID na minha vida profissional
A
influência do PIBID na minha vida profissional
Ronaldo
Campos[1]
O
PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) não é
simplesmente um programa
que oferece bolsa para alunos de graduação da área de licenciatura. É um
projeto altamente transformador. Além de ser uma proposta que possibilita
estabelecer uma ponte entre a universidade e as escolas públicas de ensino
básico. Garantindo tanto uma formação mais completa dos graduandos como uma
renovação das práticas pedagógicas dos professores supervisores, além de
contribuir de forma significativa na melhoria de qualidade do processo de
ensino-aprendizagem das nossas escolas. O PIBID é uma proposta que une teoria e
prática. É um fazer que a todo o momento resignifica as nossas práticas e os
nossos conceitos didático-pedagócicos.
Quando ingressei, em setembro de 2016, nesse
programa, imaginava que os maiores beneficiados seriam os alunos de graduação.
Hoje, contudo, tenho a certeza que fui eu quem mais se beneficiou dessa
experiência. Em primeiro lugar, o PIBID estabeleceu um espaço de dialogo e uma
sala de aula ampliada. Questões, práticas e ações que anteriormente considerava
(quase) como “verdades”, “certezas” ou “acertos” foram colocadas em
debate\dúvida. Os alunos pibidianos sempre perguntavam “por que agi dessa
forma?” Eu não podia simplesmente apresentar uma resposta pronta, era
necessário pensar e debater com eles o que “eu penso” e estar aberto para as
outras possibilidades. Assim, durante as aulas e nas nossas reuniões, a escola
se tornou um campo de possibilidades, onde aquelas práticas cristalizadas e até
ultrapassadas não tinha mais lugar. Percebi que tenho limites mas tambem
descobrir que há muito espaço para criar e transformar.
Os alunos de graduação que fazem parte da minha
equipe do pibid se tornaram co-autores e co-responsáveis por todo esse
processo. Em muitos momentos, fiquei impactado e até um pouco assustado com as
propostas. Nunca imaginei que ministraria uma aula sobre a participação dos
Estados Unidos na segunda guerra mundial baseada na teoria de jogos onde o
recurso metodológico é um jogo de play station. Nem tinha a audácia de propor
(sem concessão ou facilitação) a metodologia de história oral baseada na
pesquisa de Éclea Bosi para alunos da educação básica. O que parecia impossível
não era. Os alunos do ensino médio deixaram a postura de passividade e se tornaram
também sujeitos do seu próprio conhecimento. O professor foi além do mero
facilitador e transmissor de um saber livresco. A escola se tornou um campo
onte teoria e prática estabeleciam um diálogo. Um local que poderia receber o
que era discutido na academia. Assim, em um período relativamente curto,
conseguimos participar de três encontros universitários para mostrar o
resultado de todo esse trabalho; mostrar (e comprovar) que é possível romper
com as certezas dadas e problematizar o conhecimento histórico tornando-o
significativo para alunos e proressores.
[1]
Professor de História do Instituto de Educação, graduado em História e
Filosofia pela UFMG, Mestrado em Filosofia pela UFMG e professor participante
do PIBID PUC Minas - História
Uma citação sobre memória
É preciso se libertar das “amarras”, não jogar
fora simplesmente o passado e toda a sua história: o que é preciso é considerar
o passado como presente histórico,é ainda vivo, é um presente que ajuda a
evitar as várias arapucas...Frente ao presente histórico nossa tarefa é forjar
um outro presente, “verdadeiro”, e para isso é necessário não um conhecimento
profundo de especialista, mas uma capacidade de entender historicamente o passado,
saber distinguir o que irá servir para novas situações de hoje que se
apresentem a vocês, e tudo isto não se aprende somente nos livros. Na prática
não existe o passado. O que existe ainda hoje e não morreu é o presente
histórico. O que você tem que salvar – aliás, salvar não, preservar – são
certas características típicas de um tempo que pertence ainda à humanidade.
Mas, se a gente acreditar que tudo o que é velho deve ser conservado, a cidade
vira um museu de cacarecos. Em um trabalho e restauração arquitetônica, é
preciso criar e fazer uma seleção rigorosa do passado. O resultado é o que
chamamos de presente histórico. (Excerto
da apresentação do projeto para a Nova Prefeitura de São Paulo, por Lina Bo Bardi, 1992)
O vocabulário de história é o grande vilão que impede os jovens de entender a disciplina?
O
aluno da educação básica quando começa os seus estudos acerca da história do
Brasil e da história universal sofre uma espécie de “choque cultural” ao
perceber que o seu conhecimento dos significados das palavras (quase) sempre
não pode ser aplicado para desvendar (interpretar) os sentidos de um texto e\ou
documento histórico. Algumas vezes podem até coincidir, mas em muitas outras não.
Compreender
o sentido de uma palavra na perspectiva da história significa resgatar o que
foi essa palavra no seu contexto histórico-espacial original. É importante
perceber também que as pessoas de uma outra época tinham um referêncial
específico para um dado termo que pode ser bem diferente daquele que usualmente
é aplicado nos dias de hoje. Pois, a nossa língua é extremamente dinâmica,
sofrendo influências do processo histórico, do espaço geográfico, do tempo, das
relações sociais e das interações com outros povos que podem gerar mudanças
tanto na grafia como no sentido. Muitas palavras tomaram outros sentidos ao
serem transladadas de Portugal para o Brasil ou foram incorporadas ao português
a partir das línguas indígenas, africanas e de outros povos, com os quais o
português esteve ou ainda está se relacionando. Isto ocorre em virtude do fato
da língua e da linguagem ser em sua essência objetos históricos que estão
relacionadas inseparavelmente daqueles que as falam. É por isso que as línguas
são elemento fortes no processo de identificação social dos grupos humanos.
Os
alunos atuais têm uma carência no que se refere ao estudo da língua portuguesa
e da história, em particular, do ensino do léxico. Este não é algo simples.
Pelo contrário, é um grande desafio que envolve o estudo do dicionário, de
enciclopédias e outros livros que são pouco atrativos para jovens num mundo
digital. No entanto, tais livros são utéis caso o professor saiba instigar o
aluno ao processo de aprendizagem de ampliação do vocabulário histórico.
É
importante ressaltar que a definição de palavras e termos desempenham um
importante papel importante no processo de comunicação, na leitura de textos
históricos e na construção de diversas perspectivas do conhecimento humano. A
aprendizagem do léxico se processa de modo contínuo ao longo de toda a vida. O
nosso desafio como professor de história é buscar novas formas com que garantam
a ampliação do conhecimento histórico.
É provável que a ampliação do vocabulário de termos específicos da disciplina História permitirá
aos alunos do terceiro ano do ensino médio uma maior e melhor compreensão de
textos e documentos históricos. Mas como fazer isto?
Uma sugestão é construir um glossário com termos
específicos do vocabulário da História Contemporânea que possibilite ampliar o vocabulário
dos alunos do terceiro ano do ensino médio e, consequentemente, crie uma
ampliação da competência linguística e comunicativa dos alunos. Ao mesmo tempo, os alunos e professores podem utilizar esse novo vocabulário em novos textos devidamente orientados pelo professor. O que certamente irá garantir uma melhor compreensão dos termos históricos específicos. Além do emprego adequado dos
termos lexicais em textos orais e escritos da disciplina de História.
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
Para pensar: questões de prova
Questão número 1
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São Paulo, São Paulo
Premeditando o Breque
É sempre lindo
andar na cidade de São Paulo
O clima engana a vida é grana em São Paulo A japonesa loira a nordestina moura de São Paulo Gatinhas punks um jeito yankee de São Paulo Na grande cidade me realizar morando num BNH Na periferia, a fábrica escurece o dia... Não vá se incomodar com a fauna urbana de São Paulo Pardais, baratas, ratos da rota de São Paulo E pra você crianca, muita diversão em São Paulicão Tomar um banho no Tietê ou ver TV Na grande cidade me realizar morando num BNH Na periferia, a fábrica escurece o dia... Chora menino, Freguesia do Ó, Carandiru, Mandaquí ali Vila Sônia, Vila Ema, Vila Alpina, Vila Carrão Morumbi Pari O total Utinga, Embú e Imirim, Brás Brás Belém Bom Retiro Barra Funda, Hermelino Matarazzo Mooca, Penha, Lapa, Sé, Jabaquara, Pirituba Tucuru. .vi Tatuapé Pra quebrar a rotina num fim de semana em São Paulo Lavar um carro, comendo um churro é bom pra burro Um ponto de partida pra subir na vida em São Paulo Terraço Itália, Jaraguá ou Viaduto do Chá Na grande cidade me realizar morando num BNH Na periferia, a fábrica escurece o dia... |
Sampa
Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração que só quando
cruzo a Ipiranga e a Avenida
São João
é que quando eu cheguei por aqui eu nada
entendi da dura poesia concreta de tuas esquinas
da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee,
a tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi
de mau gosto, mau gosto
é que Narciso acha feio o que não é espelho
e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
nada do que não
era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
afasto o que não conheço
e
quem vende outro sonho feliz de cidade
aprende de pressa a chamar-te de realidade
porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
da força da grana que ergue e destrói coisas belas
da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
mais possível novo quilombo de Zumbi
e os novos baianos passeiam na tua garoa
e novos baianos te podem curtir numa boa.
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Essa duas
músicas apresentam através de imagens vivas e numa linguagem poética, os
dilemas e as possibilidades que caracterizam a reflexão antropológica.
Leia as alternativas abaixo e, em seguida, faça o
que se pede:
I - O “avesso do avesso” pode ser traduzido como
um recurso através do qual o estrangeiro (o outro ou aquele que não faz parte
da cultura citada na música) por fim consegue ver alguma beleza em
comportamentos que inicialmente o chocaram (chamei de mau gosto o que vi) e contrasta
com a visão dos nativos, que simplesmente acham linda caminhar/viver daquela
forma.
II - Caetano Veloso não é paulista, mas baiano, ou
seja, ele é o “outro” do paulista. È aquele que veio de longe)interpretar São Paulo
através do angulo do estranhamento (“quando eu chegue por aqui eu nada
entendi”). Enquanto que o grupo Premeditando o Breque (grupo formado por
integrantes de pessoas que nasceram, foram criadas e moram em São Paulo)
interpreta a cidade de maneira bem familiar, nada causa espanto o
estranhamento.
III – As duas músicas apresentadas representam o
único objeto da antropologia,ou seja, a antropologia é o estudo das “sociedades
primitivas”(dos povos chamados de “selvagens”). A antropologia não se preocupa
com as sociedades industrializadas que sofreram profundas modificações ao longo
da história.
IV – Nas duas músicas citadas
acima, o que importa ao olhar antropológico não é apenas o reconhecimento e o
registro da diversidade cultural, nesse e em outros domínios das práticas
culturais, mas também a busca do significado de tais comportamentos que
sempre aparecem como diferentes, exóticas, estranhas ou até mesmo perigosas.
As alternativas corretas são:
A) II e III
B) II e IV
C) I e III
D) I, II e III
E) I, II e IV
Questão número 2
“A
crítica do etnocentrismo é verdadeira e não é nova. Mas isso não deve levar à
ideia de que nós temos de reconstituir a história do ponto de vista dos
vencidos. Nós não podemos nos transformar em índios. Uma coisa é fazer o estudo
da visão dos índios e outra é reconstituir a história a partir do seu ponto de
vista. Há estudos recentes de etnohistória, como o que Padden fez no México e
Wachteel no Peru, em que se estuda como os índios perceberam o descobrimento, a
conquista e a colonização. São estudos de mentalidades. A história precisa
ultrapassar os pontos de vista do vencido e do vencedor e dizer alguma coisa a
mais. Como nação, somos herdeiros dos europeus, dos índios e dos negros, mas
todos não participam da mesma maneira na nossa formação. Um foi o vencedor e os
dois outros foram os vencidos”.(Fernando Novais)
Sobre o etnocentrismo podemos afirmar que:
A)
é exclusivo de
épocas determinadas e rompe com a ideia de que um determinado povo é o centro do mundo.
B)
o etnocentrismo não pode ser visto como a dificuldade
de pensarmos a diferença. E no plano
afetivo não pode ser entendido como sentimentos de estranheza, medo,
hostilidade.
C)
não pode se expressar como a procura dos
mecanismos, das formas, dos caminhos e razoes, pelos quais tantas e tão
profundas distorções se perpetuam nas emoções, pensamentos, imagens e
representações que fazemos da vida daqueles que são diferentes de nós.
D)
o
etnocentrismo rompe com a imposição de uma visão única e possível. Não
aceita que haja uma visão considerada melhor, a natural, a superior, a certa.
E)
O etnocentrismo consiste em privilegiar um universo de representações
propondo-o como modelo e reduzindo à insignificância os demais universos e
culturas “diferentes”. De fato, trata-se de uma violência que, historicamente,
não só se concretizou por meio da violência física contida nas diversas formas
de colonialismos, mas, sobretudo, disfarçadamente por meio da “violência
simbólica”
Questão número 3
Relativizar é uma
palavra que, até hoje, muito pouco saiu das fronteiras do conhecimento
produzido pela Antropologia. O conceito de ‘relativização’ de acordo com a
Antropologia busca:
A) designar a
ocorrência de uma imprecisão conceitual na teoria antropológica;
B) descrever a
preeminência da relação entre os termos em qualquer análise antropológica;
C) apontar para o
risco de suspensão moral das categorias de nossa própria cultura;
D) nomear o
processo de construção de conceitos abstratos a partir das representações
nativas.
E) expressar o processo de
observação dos valores da própria cultura como se fosse outra;
Questão número 5
1)
“Somos todos juntos uma miscigenação\ E não podemos \ fugir da
nossa etnia Índios, \brancos, negros e mestiços \Nada de errado em seus \
princípios O seu e o meu são\ iguais Corre nas veias sem \ parar Costumes, é folclore, é \ tradição
Capoeira que rasga o\ chão Samba que
sai da favela \ acabada É hip hop na minha \
embolada É o povo na arte É \ arte no povo E não o povo na \ arte De quem faz arte com o \ povo Maracatu psicodélico \ Capoeira da pesada Berimbau \ elétrico Frevo, samba e cores \ Cores unidas e alegria Nada \ errado em nossa...
A letra da música Etnia,
de Chico Sciense e Nação Zumbi, apresenta uma definição do que é e como se
formou o povo brasileiro. Essa música nos remete a obra de Darcy Ribeiro
intitulada O povo brasileiro,
publicada no ano de 1995. Essa obra aborda a formação histórica, étnica e
cultural da população brasileira, com impressões baseadas nas experiências de
sua vida. Esse estudo foi considerado inovador e ele utilizou o termo “novo
povo” para caracterizar a nossa população. Essa definição é assim denominada em
virtude do fato de que o
O povo brasileiro segundo Darcy
Ribeiro é
A)
O resultado de uma integração
totalmente pacífica a partir de um processo descontinuo e não violento de unificação política que garantiu a
formação de identidade étnica homogênea e não discrepante.
B)
O povo brasileiro forma
uma unidade étnico-cultural devido ao fato de não existirem grandes diferenças
regionais no nosso território.
C)
O povo brasileiro foi
originado a partir de um processo de aculturação total de todos os grupos
étnicos-culturais que aqui foram introduzidos ao longo da sua história.
D)
O povo brasileiro foi
formado a partir de um processo de miscigenação que anulou toda e qualquer
diferença regional existente anteriormente.
E)
um processo continuado e violento de
unificação política, logrado mediante um esforço deliberado de supressão de
toda identidade étnica discrepante e de repressão e opressão de toda tendência
virtualmente separatista.
Questão número 6
O antropólogo deve ser aceito
para poder interpretar a visão desde dentro do grupo, deve também conseguir um
trato normal e quotidiano, algo que muitas vezes só se consegue com muito
tempo, confiança e redes sociais de informantes fiáveis. O antropólogo é
catalogado geralmente como um estranho ou intruso (i.e. maneiras de vestir
diferentes), pelo qual o receio dos locais pode ser grande no início. Outras
vezes, devido à nossa juventude podemos experimentar proteccionismo e
paternalismo por parte das pessoas que estudamos. Os trabalhos de campo
clássicos desenvolvem um tempo de estadia de um ano como mínimo (descrição do
ciclo anual ritual, vital, agrícola, urbano, etc.). A investigação prolongada
produz dados mais ricos e fiáveis, mas a antropologia aplicada já tem em conta
técnicas de “valoração rápida” que incluí menor tempo de estadia no terreno.
Partilhar o
dia a dia do observado, os seus trabalhos, as suas conversas, as suas festas, o
seu sofrimento, a sua alegría, etc, impõe-se a todo aquele que deseja aprender
a sua visão de mundo, captar as motivações dos seus atos e compreender o seu
sistema de valores. Essa afirmação
se refere a
a) a Cultura enquanto um objeto privilegiado da antropología
b) as relações interdisciplinares da antropología com as outras
ciências sociasi
c) as formas de
divulgação dos trabalhos da antropologia
d) a produção da escrita etnográfica
e) ao método de estudo da
antropología (observação participante)
Diferença entre dedução e indução
Diferença entre dedução e indução
DEDUÇÃO
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INDUÇÃO
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A dedução consiste em partir de uma verdade já conhecida (seja por
intuição, seja por uma demonstração anterior) e que funciona como um
princípio geral ao qual se subordinam todos os casos que serão demonstrados a
partir dela.
Por isso também se diz que a dedução vai do geral ao particular ou do
universal ao individual.
O ponto de partida de uma dedução é ou uma idéia verdadeira ou uma
teoria verdadeira
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Com a indução, partimos de casos particulares iguais ou semelhantes e
procuramos a lei geral, a definição geral ou a teoria geral que explica e
subordina todos esses casos particulares.
A definição ou a teoria são obtidas no ponto final do percurso. E a
razão também oferece um conjunto de regras precisas para guiar a indução; se
tais regras não forem respeitadas, a indução será considerada falsa.
|
A dedução
permitirá que cada caso particular encontrado seja conhecido, demonstrando
que a ele se aplicam todas as leis, regras e verdades da teoria.
Por exemplo,
estabelecida a verdade da teoria física de Newton, sabemos que: 1) as leis da
física são relações dinâmicas de tipo mecânico, isto é, se referem à relações
de força (ação e reação) entre corpos dotados de figura, massa e grandeza; 2)
os fenômenos físicos ocorrem no espaço e no tempo; 3) conhecidas as leis
iniciais de um conjunto ou de um sistema de fenômenos, poderemos prever os
atos que ocorrerão nesse conjunto e nesse sistema
|
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Este tipo de
raciocínio é o preferido dos
matemáticos.
A dedução é um procedimento pelo qual um fato ou objeto
particulares são conhecidos por inclusão numa teoria geral.
Costuma-se representar a dedução pela seguinte fórmula:
Todos os x são y (definição ou teoria geral); A é x
(caso particular); Portanto, A é y (dedução).
Exemplos:
1.
Todos os homens (x) são mortais (y); Sócrates (A) é homem (x); Portanto, Sócrates (A) é mortal (y).
2.
Todos os metais (x) são bons condutores de eletricidade (y); O mercúrio (A) é um metal (x); Portanto, o mercúrio (A) é bom condutor de eletricidade (y). |
o raciocínio
indutivo permite apenas conclusões prováveis a partir de certas afirmações
iniciais, chamadas de premissas ou hipóteses.
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As conclusões são
obtidas, a partir das premissas, usando-se o raciocínio lógico e, uma vez
encontradas, as conclusões são incontestáveis.
Para sermos mais
precisos, um argumento lógico dedutivo é sempre formado por três partes: as
hipóteses (ou premissas), as conclusões (ou a tese) e a inferência (ou seja o
processo pelo qual passamos das hipóteses à tese).
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Nos argumentos
indutivos se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão provavelmente
será verdadeira e as conclusões encerram informações que não estavam
totalmente contidas nas hipóteses.
|
Indutivamente só
podemos chegar a conclusões prováveis, por isto não podemos saber se um
raciocínio indutivo é correto.
Naturalmente isto
vai depender das relações entre as conclusões e as hipóteses
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